CONTINUAR...

Hoje é especificamente um dia por obrigação de desejos de prosperidade. E, de alguma forma perante as atrocidades passadas, presentes e vindouras, se tenta maquiar a condição atual dos mais diversos seres espalhados, jogados ou alojados por ai a fora e confortar. Então, pensei em acordar diferente. Ter tamanho bel-prazer em fazer a barba, colocar aquela música para propagar-se pela casa com força, mesmo diante da limitação do volume do aparelho e a vontade de amplificar cada vez mais, contudo, fazer diferente e especial esse dia. Abrir a janela e apesar das nuvens gris cercarem o meu ambiente, sentir com intensidade o amanhecer. Mas, a mente do sujeito realmente é nociva.

Logo, lembro-me das obrigações. Não com o meu ser que pede e suplica por esse único dia, e sim, com os arredores de afeto. Lembro densamente da condição sociável de compartilhar, de congregar e por fim celebrar. Distribuir presentes também, contudo, esse dia deve ser um dia como outro, ou não? Para o meu momento, não. Então, o aparelho de cd quase finaliza sua sonoridade e a música presente e traduzida diz: “Seguindo em frente ou Continuar”. Sim! Esse é o anseio que esbarra sempre na dependência. Seja ela química ou emocional, cria instantes complexos de solidão profunda e por que nesse dia, em específico? Os holofotes comerciais ditam e estão centrados para essa finalidade. Porém, isso é clichê desterrado pelas dores do observar e careço seguir em frente. Então, busco alguns trechos da melodia gringa e a tradução sugerida digita isso: “É uma outra noite solitária;E uma outra cidade solitária;Mas eu não sou jovem o bastante para me preocupar;E eu não sou velho o bastante para chorar”.

Caracas, pra não dizer outra coisa, na mosca! A melodia gringa traduzia fielmente o meu estado de espírito, independente da tradução exata essas palavras eram as que faltavam. No entanto, de nada adianta saber, entender e perceber o que se passa. Há uma casta superior sempre a frente das ações e lá vai novamente a minha mente interpor entraves para a minha alegria momentânea. Sei eu da somatória de trechos da vivência que se acumulam nesse instante. É parcimônia paranoica coletada dia após dia de aflição, mas hoje tem que ser diferente.  Dessa forma dou alguns socos na cachola e a nova sintonia entra em fusão com a melodia gringa novamente. A música está acabando e o dia apenas começando. Preciso de um socorro. Abro a gaveta e a folha em branco com o lápis sobre ela, não curam como antes. Fecho com violência a gaveta. Puxo os cabelos e de frente ao espelho os olhos arregalados tentam marejar. Tolice! Isso não funciona mais. A face que procuro não é a mesma que compete com o espelho agora. Saio do lar.

 O volume não me alcança e limitado percebo novos sons desse dia. A música gringa nesse momento espalha o fúnebre sino. Sento, cruzo as pernas e a calma penetra profundamente. A mente inquietante dá a sua trégua e consigo criar o diferente. É um dessemelhante bizarro, contudo, o suficiente para conseguir, mesmo que por alguns instantes, seguir em frente e continuar um feliz dia, feliz natal, feliz seja o que for, mas que seja feliz hoje e sempre, ou por alguns momentos! Mas, seja...

JRA(o poeta da verdade).

Comentários

  1. Faço isso muito.....caso contrário seria muito difícil seguir a caminhada com serenidade e o peso da carga torna-se leve...linda a forma que expressou toda essa energia negativa........
    Ana Andrade

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  2. Meu amigo poeta e bom José! Seguir em frente sempre, e não perder sua vivacidade nunca! Que a família sagrada seja a bênção de que necessita e luz para os seus passos nessa doce e amarga estrada da vida. Crescer sempre! Paz e bem meu amigo querido. Desejo que esse ano seja para você e o seu familiar um ano de prosperidade, e que todos os seus sonhos e desejos se concretizem, mas, que saiba antes como e porque desejar! Jesus é essa luz que te conduz! abraço especial da sua amiga sempre, Mângela.

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