BRM 200 km CWB/PG/CWB

Na data de 20/10 sucedeu o BRM 200 CWB/PG/CWB e, sem muita embolação (risos) segue o tradicional clichê encabeçando a Super Saga 2019 dos Resistentes nas rodovias estaduais e federais repletas de estratagemas. Enfim, somando o pedal de hoje, o famoso clássico memorável nas paragens dos Campos Gerais, uma gama de reflexões e momentos inesquecíveis, no ano corrente, consolida mais de 3700 km percorridos com paixão e dedicação para confirmar a força do ciclismo amador. E, acima de tudo, o sacrifício para manter um Clube de longa distância. Portanto, é com muito orgulho e respeito que a Equipe Ciclismo de Resistência parabeniza Cícero Britto (Presidente) e os demais membros que lutam com todas as forças mantendo vivo o vírus da longa distância e, ativo, sempre! Sucesso e força. Bom, o tradicional chamado ecoou longínquo e forte. Os Resistentes não podiam deixar de lado a convocação e, o “Power Trio”: Anderson Oliveira de Souza (o capitão), Isaias Domingues Batista (The Flash) e José Assumpção (o veterano), rapidamente se juntaram aos demais guerreiros: Herbert Hasse Neto, Johny Machado, Moisés Marcus Retka, Robson Leal de Oliveira, Rogerio Urban e Tomoaki Yoshida, nessa domingueira. Saída do Parque Barigui pontualmente às sete da manhã e o discurso protetor na ponta da língua elaborado por Cícero Britto, para desejar calma e cautela. Contudo, um breve retrospecto 2019 se faz necessário. Segue lá (risos):
O empenho é espantoso e, mesmo assim, conseguimos confirmar presença em todos os BRM do Clube Audax CWB. Dessa maneira, durante o percurso de hoje, lembrei intensamente do saudoso maluco beleza e seus ditos extraordinários: “É que tudo acaba onde começou” (Raul Seixas). Esse verso grudou na mente. Cada metro, centímetro e quilometro conquistado, remetia a origem longínqua do pensamento. Lá, bem escondido, estava à crença de cada um. A fé protetora durante a batalha. Logo em seguida, nossa família e, pouco adiante, a pressa em retornar o quanto antes onde tudo começou (risos). Lembrei-me dos meados de novembro de 2018 nestas mesmas cercanias. Incrível! A temperatura aprazível e nuances de frio e calor, deixavam a memória em parestesia atemporal e total. E, (risos) lá atrás, tudo acabava onde começou. Mais alguns declives e paisagens deslumbrantes, a vez era recordar as temidas paragens de Tunas. Subidas e descidas eternas, novamente a retentiva agoniava para acabar logo onde tudo começou (risos). Em alguns momentos os Resistentes se agrupavam e, a flecha certeira de Laranjeiras do Sul (Flèche Velócio 2019) aparecia para indicar que, logo tudo acabaria onde começou (risos), mas estávamos ainda muito distantes da primeira perna dos 200 e, longe de acabar a batalha. Assim, o desvario copioso percorreu o BRM 300, 400, 600 e chegou ao tão sonhado quarto dígito. Nesse momento, o eterno capitão dos Resistentes deixou sua voz de sabedoria entrar em ação: “Sua mente está programada para os 200, mesmo você sabendo que percorreu uma distância muito superior, no caso, o Milão. Dessa forma, o desgaste e cansaço não alteram de forma alguma. Até piora”. Após a fala percebi que aquilo que acabara de começar tinha muito tempo para chegar onde tudo começou (risos). Cara, era um bombardeio de imagens a todo instante. Independente de saber que, todas as construções das conquistas durante o ano determinavam um pedal comemorativo, um pedal de laços de amizades e, descontração. Será (risos)? Basta se conectar a donzela elegante de duas rodas e, entrar na rodovia, para ativar o bem dito vírus da longa distância. O resultado é seguir forte para acabar onde tudo começou (risos) imediatamente. Ufa! Que ano formidável. Nesse minuto, o valor invisível das conquistas aflora. Seu espírito guerreiro acende e sua alma indomável adolesce. Vaaaaaaaaaleu e, muito. Bom, deixemos de lado um pouco as doidices. O domingo indicava o término do horário de verão desejado por muitos e, odiado por outros muitos, também (risos).
Então, ao observar o relógio do celular adiantado e programado automaticamente, pulei da cama. Entre tropeços e atropelos saí bem dizer atrasado de casa. Ao virar a primeira esquina, lembrei que faltava a caramaiola. Bora retornar. Foi à salvação! Notei que o relógio do micro-ondas indicava atraso nos digitais. Quando há atropelo para compromissos sua mente trava. Havia esquecido completamente da extinção do horário de verão pelo governo atual e, após ajustar o celular o conforto prevaleceu. Tinha ganhado mais alguns minutos preciosos (risos). Ajeitei mais alguns itens que faltavam e com mais calma conectei-me a neguinha e segui para largada. Poucos guerreiros presentes, mas muito valiosos. Muitos amigos presentes e, muito preciosos. Fora isso, o clima ameno e agradável proporcionava um espetáculo de BRM. Logo após vencer a saída do parque, estávamos no começo da rodovia BR 277. Todo o entravamento habitual de uma cidade inexistia naquele momento e, facilitava o aumento da cadência e velocidade. Antes das oito da manhã havíamos galgado a subida do Passaúna e do Rio Verde. Até mesmo os trechos de acostamento defeituoso e rugoso não incomodavam. Era um pedal diferente, muito diferente. Ali estava impregnado o descompromisso para fechar a série. Todavia, todos seguiam compenetrados. Após vencer Campo Largo e preparar-se para subida da Serra de São Luiz do Purunã, caprichosamente o dedo acionava o ciclocomputador. Os números preciosos e necessários para saber como anda a coisa (risos) indicavam pouco mais de 30 km superados. Era o momento de vencer o temido caixotão antes do pedágio. Particularmente detesto esse trecho. Assim, sobrepujar o quanto antes a primeira meta, pois, o ínfimo acostamento ainda sobrevivente nesse curto trecho de mais ou menos setenta metros, pode ser fatal caso algum fragmento esteja na espreita durante a passagem do bitrem e o ciclista. Ufa! Pouco a frente o pedágio e o tormento do acostamento sujo e rugoso logo mais adiante, justamente quando a neguinha fica solta e livre para voar. É um martele frenético o guidão e o cuidado deve ser redobrado para evitar lesões em ombros e punho, tentando de alguma forma apoiar as mãos. Contudo, o PC 1 estava próximo e, depois de ultrapassar a posto da PRF o acostamento melhorou e muito. Inacreditável! Parecia que estávamos na BR 376 , na verdade estávamos (risos), mas, em Tibagi recordando o BRM 300. Parada rápida, ajustes habituais e, alguns guerreiros chegando, outros saindo. Nesse momento a magia da Irmandade Randonneira entra em ação.
Dentre os nove combatentes, um tinha dificuldade com o idioma: o maledito português (risos). Tomoaki Yoshida é japonês e além da língua materna, domina o inglês. Mas, imaginem você em plena rodovia próximo das nove da manhã de um domingo perdido no tempo, pedalou mais de 40 km e a fome aperta o cinto. Nesse instante a preocupação era gigante para tentar auxiliar de alguma forma, porque dificilmente haverá em algum auto posto pessoal que domine a língua inglesa. Contudo, o Moisés socorreu o amigo randonneiro. Foi assim também nos demais PCs e, com toda certeza facilitou a pedalada. Momento ímpar! Bora fechar o duzentão, bugrada. Realizado o abastecimento breve, dali pra frente até Ponta Grossa a condição fantástica do acostamento, moveu a atenção do olhar para o que interessa. Observar a rica paisagem dos Campos Gerais. Notar a imensidão da Colônia Witmarsum e os campos repletos de trigo aguardando a colheita. O sítio geológico do Parque Estadual de Vila Velha, as nuvens tanto gris, acusando possíveis chuvas e, as cirrus, enfeitando o céu feito cabelo anelado de noiva, mas, o sol ainda tímido, ainda bem (risos). Para terminar de rechear os olhos com tanta alegria e beleza, o meandro arquitetado pela mão do homem antes de terminar o longo trecho de descida. Vislumbrar a ponte sobre o Rio Tibagi daquela distância hipnotizou a alma. Caminhões, muitos caminhões num vaivém vagaroso perante a longa distância do olhar, todavia, emanando uma pintura viva e rica ao mesmo tempo. Em condições outrora, jamais seria possível esse momento devido ao cuidado redobrado com o acostamento deteriorado. Superado o presente do olhar, Ponta Grossa e o PC 2 eram usurpados (risos). Dessa vez toda pressa sumira. Talvez o descompromisso batesse mais forte sabendo que, a série estava fechada e conquistada. Os mil vencidos e o Fléche aflorando seu significado poderoso nos corações dos Resistentes. Por que então a razão desse BRM? Hombre (risos), não existe razão, é paixão! Simples, assim. Segue a pedala, José (risos). Pouco depois das onze da manhã saímos de Ponta Grossa. O ritmo era potente. Não consigo explicar em palavras. Basta se conectar a magrela, sentir o cheiro de óleo diesel, notar a imensidão das retas, as subidas de serras, o barulho ensurdecedor dos mamutes motorizados, o vento contra e contra novamente (risos) quando você achava que te empurraria rapidamente para casa. Enfim, pouco tempo depois estávamos no PC 3. O corpo mesmo acostumado à sina randonneira, sentia todas as dores possíveis independente dos 200 km a cumprir. Bora retornar, bora fechar o BRM e o acostamento de retorno também encantava o veterano. Realmente a mágica infiltrada no último BRM determinava que tudo que começou com tanto empenho, acabava com muito encanto. Foi assim que começou! Tanto empenho, seja do Clube, seja dos Guerreiros e Irmãos Randonneurs para concretizar cada instante, para terminar com encanto de missão cumprida. Ufa! Era chegada a hora de descer a serra. Se aproximar mais e mais da chegada à Pizzaria Altas Horas do amigo Adão Pereira. Menos de 40 km e minutos, horas de sobra. Vencemos novamente Campo Largo e, depois de transpor a subida do Rio Passaúna, pela primeira vez pude observar calmamente o Parque Barigui após o viaduto do Orleans. Parei a neguinha. As lágrimas percorreram a face. Era uma mistura de alegria, saudades, sei lá mais o que. Deixei minha companheira fiel comandar a festa. O último declive acentuado, curvas para direita, esquerda, inúmeros automóveis apressados e empurrando você para fora da pista, traziam á tona o final de uma tarde domingueira, em terras de pouco pinhão. Todavia, depois de acessar a via e notar a chegada a poucos metros, o coração entrou em estado de paz absoluta. Mais um BRM, mais um momento de irmandade, mais uma vitória dos Gigantes das Estradas e do Clube Audax CWB.
Vaaaaaaaaaaaaleu!!!
Agradecimentos:
Primeiramente a Deus e a nossa família pelo apoio.
Patrocinadores e apoiadores:
Sergio Ricardo Reis da www.tecnocicles.com.br
Cicero Brito da Virtus Cycle Sport uniformes ciclismo
Cleidson Mendes dos Santos Copenhague Esquadrias de Alumínio.
Mazé Fontoura da Alpha Dog Clínica Veterinária.
Vaaaaaaaaaaleu!!!

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