44 DEGRAUS
Muitos
fragmentos espalharam-se no tempo. Verso, prosa, pensamentos e lamentos,
unem-se sempre ao chegar dessa data. E, o momento equivale à articulação duma
escada viva de quarenta e dois degraus suscetível ao desce e sobe, constante.
Nomeá-la é ato pensado a todo instante, pois o que chega à mente vibrante,
agora, corresponde a lembranças e mais lembranças das mais variadas matizes.
Amigos, família. Mais amigos, família. Pseudo-amigos, família. Muita gente junta, outros nem tanto e,
família. A doidice de toda essa enormidade de encontros e desencontros abrange
certo deus-nos-acuda, uma vez que a paridade com outrem determina família
igualmente, e, os trejeitos estranhos expandem-se nessas sucintas lembranças
eternizadas em meu íntimo, hoje. Contudo, ao invés de alargar essa alameda
interna, procuro taciturnamente encontrar uma única faceta que detalhe o meu
“eu”, hoje! E, deixe de lado os diversos atores constituídos durante a subida e
descida dos quarenta e dois degraus atemporais. Tento, então: quem sou , eu? O
que sou, eu? Por onde anda o meu, eu? Perguntas e mais perguntas não cessam.
Porém, a última questão é singular por demais. Estratifica, ou pelo menos tenta
modelar forma ao indivíduo que, expressa palavras em busca de resposta
inusitada e exclusiva para abrandar o espírito.
No
entanto, noto repentinamente abrir a porta minguada do inesperado de momento,
revelando o subsolo de minha mente. Lá, tudo está oco e vago. Nuvens gris e
despidas de claridade para engenhar algum sentido, norteiam apenas a prosseguir
em inércia. Mas, voltemos a tal escada. A passagem das primaveras que indicam o
meu dia, sempre estão dessintonizadas, pois estamos à beira do inverno e a tal
escada de quarenta e dois degraus, hoje se torna quarenta e duas primaveras já
citadas em outro texto no blog da emoção. Contudo, prolonga-se minha ansiedade.
Por onde anda o meu, eu? Certo dia , pessoa estimada confidenciou seu coração
delineando sua escada. Em silêncio, permaneci. O lamento perdurou à noite. Ao
fim do discurso apenas proferi escassas palavras: O que deseja? A outra parte
fitou rapidamente meu semblante sério e saiu. Senti angústia. De maneira alguma
se compara a angústia presente, hoje. Tentei caminhar no resto de noite que
sobrara. Há tempos o ar noturno não era percebido e estrangeiro me senti. De lá
pra cá me deparei com essa amaldiçoada escada. Tento estender os degraus. O
material ofertado é escasso e pesado. Apelo para as lembranças, novamente.
Aquilo que chega é tosco e febril e é o único material disponível de momento.
Todavia, essa é minha escada. Constituí-la é necessário e no aguardo da
vindoura, pondero:
“Por
onde anda o meu, eu? Anda impregnado em cada instante conquistado através do
voto de confiança de outrem que, se lembra do meu eu com alegria. Assim é a
minha escada de 44 degraus, hoje.”
Escadas podem parecer difíceis de subir se não se sabe onde vão dar. Suba, poeta. Suba. E não tenha medo. Vais subir ainda mais 42 degraus!
ResponderExcluirParabéns pelo seu dia.
Parabéns, amigo e patrão. Hoje é seu dia. Isso é o que importa. Tenho certeza que você terá forças para subir mais que 50 degraus, daqui pra freente.Parabéns. Desejo-lhe muita paz, amor, saúde, prosperidade e muito sucesso. Felicidades. Eliene
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