BRM 200 km - LAPA/PONTA GROSSA/LAPA


Início da temporada 2022.
Olá “Irmandade Randonneurs”! Pelos quatro cantos do país a temporada 2022 inicia com certo ar de temeridade se seguirá completa ou não. Todavia, essa é a nossa sina diante da incerteza imposta em cada desafio acrescido do vírus moderno e eterno. Bom, vamos lá (risos). No último sábado (04/12/21) sucedeu o BRM 200 km organizado pelo Clube Randonneurs Lapa e, mais de vinte “Guerreiros (as) Randonneurs” saíram em busca do imprevisível. Mesmo, com certa quilometragem rodada, a ansiedade opera com força antes de cada peleja. Não tem jeito! Assim, a semana fora perene. Deixei os últimos ajustes na última hora para desgarrar os pensamentos, mas tudo em vão (risos). O famoso calafrio no couro, borborigmo de bulimia por estradas e, por ai vai a extensa lista de sinais no corpo calejado do veterano. Passado todo o ensejo, partiu de madrugada até a casa do “Rei das Montanhas de Campo Magro”. Não é por acaso que Wanderley Alves é um ser fora do comum nos desafios de longa distância. A casa do hombre é cercada de paredões que, optei ir de tênis ao invés de sapatilha para sofrer menos, caminhando (risos). Após os cumprimentos de praxe notei que havia optado por outra bicicleta e, pensei: – Ah, camarada (risos) hoje você vai comer poeira (risos). Mas, deixemos essa parte mais pro final porque a confiança morre da mesma maneira que a esperança (risos). Tudo checado, conferido, e, pouco depois das cinco da manhã cruzávamos o pedágio no município da Lapa inoperante por causa do término da concessão e, a via estreita de passagem ligou o sinal de alerta da mente inquietante. Outra praça de pedágio nos aguardava, contudo, a superação da via seria conectado na bicicleta. Passado o adágio errante, logo o QG dos Saboia davam as boas vindas com o acolhimento típico e, energia positiva para superar a peleja. Ajustes, conferências no último detalhe antes da largada, um presente. Bom, não sei ao certo se a mistura de know-how, sensibilidade, paixão por aquilo que se faz com dedicação, potencializam os indivíduos com toques mágicos e visão minuciosa, porque foi assim que durante uma rápida conversa ganhei um ajuste de selim para facilitar a batalha. Quem é o sujeito? (risos) créditos no final da leitura (risos). Até citei o ajuste fino da preciosa neguinha feito outrora, no entanto, o balançar da cabeça do professor de um lado para outro o restauro entrava em ação. Passaporte em mãos e muito bem guardado, o sinal de largada. Já na primeira curva a esquerda o atrapalho e medo de encaixe da sapatilha no pedal fora superado. Espantei-me! Mais alguns metros os paralelos imortalizados das cercanias da Lapa, apenas o pneu fino determinava o efeito de britamento, pois o selim agora fazia parte da fusão “Guerreiro/Magrela”. O desempenho aumentou, mas de nada adiantou para apetecer a tal poeira e, deixar o camarada Wandeco para trás (risos). No terceiro aclive me aproximei há cinco metros do alienígena e, com toda certeza (risos): “deixai toda a esperança, ó vós que entrais” (risos) porque dali para frente somente na chegada iria alcança-lo. Contudo, esses detalhes caro leitor, é apenas para tirar o foco. Somente dessa maneira a batalha é superada driblando a mente, uma vez que o sol potente em breve iria sapecar o couro instigando a desistência. A famosa chuva nos desafios lapianos não veio. Quem roubou o seu lugar era o vento. Então, os mais de quarenta quilômetros até a BR 277 na travessia da PR 427 ditavam cautela. Ele soprou com intensidade de várias direções.
Durante a passagem nos postos de controle os demais guerreiros reclamavam, eu agradecia. Perante esses momentos da seiva da natureza em ação, o veterano suga até a última gota. Dou um pause aqui a um grandioso adendo: boa parte dos guerreiros já ultrapassaram as quarenta primaveras de existência. Isso, com toda certeza afeta a performance! Imagina dos cinquenta para frente. Ponto pra você, “ô, Taspia”! A cada desafio que observo a tua presença sinto que os centímetros conquistados em cada estrada simbolizam muita perseverança e alento para determinar a inexistência de tempo em relação à paixão em pedalar. Continue firme! Bom, acabei por tender e desamparar alguns acrescentos, pois, a mesma visão advinda do último desafio ainda determinava a devastação pouco antes da cidade de Porto Amazonas. A mata conspurcada, os olhares do veterano marejavam com agonia da mesma maneira que a restinga segue pelo chão batido. E o vento lateralmente traiçoeiro determinando sua presença. Pouco antes da BR 277 o declive acentuado provocava. Mas, o diminuto acostamento fazia a vez da sapata na roda indomável e frenética. Arrisquei! Percebi a escassez de veículos. Acionei as marchas e lenha! Quase terminando a descida e próximo da perda de velocidade, um veículo prateado buzinava sem cabrestos mesmo percebendo o espaço gigantesco. Passou a menos de vinte centímetros do meu cotovelo. Percebi que a cautela nunca é em exagero porque a pressa sempre está do seu lado, ou, passando por cima de você (risos). Observei então o andamento da coisa porque precisava conquistar mais de cinquenta por cento do trajeto, antes do horário crítico de calor. Após as onze da manhã o PC 3 em Ponta Grossa fora conquistado. Lá estava o amigo Bittencourt. Cumprimentos rápidos partiu estrada. Pra não deixar muito densa a prosa, todo o percurso depois da praça de pedágio em Witmarsum a pista estava uma pintura. Apenas o cuidado redobrado com as estilhas de pneus acampados no acostamento. O horário crítico se estabelecia. O sol a pino derretia a mente mesmo antes de desintegrar o capacete. Hiperbolando nas palavras, o veterano sem exageros se arrastava até o próximo posto de controle. A meta seria apenas parar nos pontos de controle, uma vez que o apoio do Saboia na volta de Ponta Grossa, já em Witmarsum novamente, o diferencial para sobrepujar a luta. Nesse momento tinha abiscoitado um detalhe muito importante: a escolha da roupa e demais acessórios perante a alta temperatura ou não. O resultado me surpreendeu. Por outro lado, mais alguns planejes deveriam entrar em ação. Assim, ajustei a..., mais, o... e, segui firme (risos). – Orra, Zé! Diz aí o que você fez? Fica quieta voz interna. Isso não é a da sua conta (risos). Bora fechar o desafio! Duas e meia da tarde e pouco mais de trinta quilômetros entre Porto Amazonas e Lapa. Parei no supermercado da cidade. Tempo de sobra, mais o deus-nos-acuda dos olhos e mãos pegando tudo dentro do estabelecimento. Respirei fundo e cortei os diversos itens (risos). Contudo, após a excelente hidratação apanhei um isotônico também. A ideia seria beber na BR 476 a poucos quilômetros da chegada. Bom, iniciei o pedal novamente. O silêncio mísero da rodovia estadual, entrou em ação. A mente acordara. Comboiava deletéria a cada centímetro ultrapassado. Os trinta quilômetros agora se tornavam trezentos. Sol, vento, ambos potentes, se multiplicavam entrelaçados entre as elevações. Naquele momento a visão do desmatamento desgostava a constância. Outrora descendo em velocidade foi muito fácil superar! Desta vez a ascensão era um outeiro moribundo. Tão perto, mas ao mesmo tempo distante. A solução seria ceder e abandonar. Sim? Bom, por mais quilometragem alcançada o “Guerreiro Randonneurs” sempre se depara com esse obstáculo invisível. Cada qual aprende um pouco mais, ou, apenas obedece aos sentidos. O jeito foi... e logo em seguida também ... (risos). Caro leitor, me desculpe. Esses detalhes de superação expurguei porque é muito íntimo! São abantesmas que procuro inumar ou avivar conforme o instante para driblar a mente. Ufa! Entre os sobes e desces o efeito teve resultado. Os olhares avistavam a imensidão e o silêncio da rodovia não afetava mais. O canto da pomba do mato me acompanhava. Seguiu potente até as paragens em Johannesdorf. Lembrei-me do isotônico e perante o pecado capital predileto, sorvi. Que dureza! Esse Dreher desceu quadrado. Pior! Torto embrulhando o estômago. Tanto cuidado, mas por fim sempre no finalmente o descuido aparece. O corpo estava empapado. Pra que isso, José? Você não tinha avisado que iria saborear o licor somente na BR 476? Cala boca voz interna. Tomei! Pronto, fazer o que (risos). É pessoal, não tinha o que fazer. O jeito era seguir em frente. Por sorte avistei outro guerreiro que se arrastava igual (risos). Mais uma vez lá estava o camarada Manoel porque o Wandeco há tempos chegara (risos). Aproximei. Quase caiu da bicicleta com o meu grito e, de certa forma, também esboçou os últimos esforços para terminar a batalha. Pouco antes das dezessete horas o desafio era superado. Onde tudo começou agora era o palco da satisfação e alegria. Cumprimentos e agradecimentos, lá estava a Presidenta do Clube com o certificado pronto e, a energia positiva para acolher mais uma vez, os guerreiros das estradas. Vida longa “Randonneurs Lapa”.
Obs. – estimado leitor: dentre tantos devaneios não posso esquecer o nome do responsável pelo ajuste no selim da minha preciosa neguinha. Obrigado Prof. Jair Pissolatto!
Agradecimentos a Deus primeiramente e família pela paciência. Logo os novos patrocinadores seguirão nas próximas postagens.
Vaaaaaaaaaaleu tchusma!!!

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