BRM 200 “Randonneurs Lapa” - Temporada 2021.


BRM 200 “Randonneurs Lapa” temporada 2021.

Olá estimado leitor (a) que segue nossa página. Sentiu saudades, né (risos). Enfim, após longo jejum partiu estrada, partiu desenferrujar a escrita, ops, (risos) os músculos e ativar o espírito guerreiro. Segue lá:
Antes de findar o ano, o primeiro desafio de 200 km perante tantas incertezas. Assim, mais de oito Randonneurs largaram em busca do inesperado, sempre. Todavia, quando o assunto é longa distância, a única preocupação aceitável são os estratagemas capciosos espreitando em cada quilômetro superado. O que foge disto, deve ser sucumbido e arquivado. Então, a mente deve estar focada! Ainda mais quando as intempéries entram em ação. Do começo ao fim, as nuances da chuva incessante, se alternavam com o vento potente mudando constantemente sua direção. Ah, (risos) quase esqueço. O Ciclismo de Resistência esteve presente com o veterano José Assumpção e, respeitando as determinações e recomendações do Randonneurs Brasil, os organizadores do clube “Randonneurs Lapa”, recepcionaram a todos com muita atenção, além de todos os cuidados conforme as autoridades de saúde determinam. Creio que dentro das situações que acompanham os desafios, quase tudo aconteceu (risos). Chuva ao invés de calor intenso, vento lateral e traiçoeiro, caminhões e veículos de pequeno porte aprontando das suas e, a cachorrada aparecendo sempre para dar aquele incentivo nas subidas (risos). Bom, pontualmente as seis da matutina domingueira, largamos. A chuva tímida pouco a pouco intensificava suas gotas e juntamente com o frio, gritavam sons de abandono para encorajar a desistência. Mas, quem foi que disse que Randonneur se intimida com isso? Bora para batalha. Alguns minutos transpondo o pavimento histórico nas cercanias da Lapa, logo avistávamos a PR 427. O trajeto proposto era Lapa/Vila Velha e mesmo conhecendo bem o percurso, qualquer minuto perdido é um tempo preciosíssimo, no final. Após rapidamente vencer a BR 476 e, superar o posto da Polícia Rodoviária Estadual, o trecho Lapa/Porto Amazonas mostraria o quanto é penoso vencer os mais de 40 km até a próxima BR. Imaginem com chuva! Curvas não tão acentuadas, mas intensas. Subidas extensas e visualizadas a distância para aumentar a agonia e, mesmo com o fluxo atomizado de veículos e caminhões, nos trechos de velocidade, o vento originado pela velocidade do mamute motorizado e desgarrado, injetava sem piedade o spray d’água em rota de colisão com o ciclista errante. Com toda certeza os BRMs desse clube são uma aposta de extrema cautela. Basta um vacilo na estratégia para desabar a conquista em segundos. Não há como voltar atrás. O tempo é muito bem distribuído perante a dificuldade em transpor o percurso. Enfim, superada a rodovia estadual, partiu para BR 277. Tamanha foi à alegria ao avistar o acesso à rodovia, se não fosse novamente a visão perturbar a mente diante da nova escalada até o Recanto dos Papagaios. Nesses instantes é primordial olhar rapidamente. Caso contrário, o pensamento injeta hormônios de desalento ao corpo extenuado. Pouco depois das nove da manhã, o primeiro PC era conquistado. Alimentação breve, ajustes e retomada imediata, partiu. A nova senhora pavimentada nos aguardava e, com seu acostamento rugoso em diversos trechos, detonava as articulações. O acostamento da BR 376 melhora pouco depois do acesso a Colônia Witmarsum, mas a chuva não deixava a velocidade aumentar. Nesse momento a placa mostrava: pedágio a 2 km. Porém, o tombamento de um caminhão, acabou se apossando totalmente do acostamento. Momento de cautela. Travei a neguinha e na primeira oportunidade aproveitei a chance. Superado o segmento, o longo trecho em ladeira poupava as energias.
Novo PC, ajustes rápidos, alimentação também, partiu retornar depois de 100 km superados. Contudo, o cumprimento ao amigo Bittencourt para energizar as forças, as nuvens gris acomodavam as gotas assanhadas. Boa oportunidade para ganhar velocidade. Uma hora da tarde novamente o Posto Sprea era avistado conforme o contorno de acesso ficava para trás. Dessa vez a alimentação fora reforçada. Tudo certo partiu Lapa, partiu finalizar o desafio.
Todavia, os segredos que perquirem o desconhecido, sopravam vagarosamente no meu ouvido para diminuir a velocidade. Alguns quilômetros depois do posto no trecho agora em declive acentuado, um veículo Golf de cor branca, passou a menos de dois palmos de mim vindo a quase capotar em seguida. São segundos que impossibilitam até a tentativa de elogiar a mãe do infeliz! Porque a cena passa a sua frente e segue em alta velocidade da mesma maneira que o salteador faz. Então, com a mão direita trêmula puxei meu amuleto precioso e beijei com muita intensidade. Fiz o sinal da cruz e segui firme, e, mais atento ainda. Logo após a entrada para Colônia Witmarsum a chuva retornou. Fez-se presente por longa era. Pareciam até lágrimas de proteção, derramadas pelos antepassados que nos vigiam e zelam a todo instante. Ufa! Logo a placa indicando a PR 427, o Município de Porto Amazonas e Lapa a 40 km, determinavam a superação do cansaço já visível e companheiro inseparável. Ao término de cada trecho de subida, a imagem da imensidão da rodovia testava a mente.
São incríveis como esses detalhes perturbam. Porém, é necessário driblar a ocasião e contemplar a natureza e sua plenitude. Assim, o barulho do Rio Iguaçu durante o trajeto de travessia da ponte. O cheiro da mata. O sol brigando com as nuvens para demonstrar a sua presença, nem que fosse por alguns minutos. O coaxar das rãs e tantos outros detalhes, afastavam o desânimo. Perto do quilômetro 50 km, parei e desconectei da neguinha. Nesse momento Dilamar Lewiski me alcançara e perguntou se estava tudo bem, tudo em ordem. Naquele instante agradeci e informei que estava tudo bem. Aquela imagem e não somente esta, mas a todo instante ele seguia os guerreiros das estradas cuidando, zelando e torcendo. Lembrei imediatamente do Cícero Brito, do Lúcio Lima (organizadores do Clube Audax CWB). No entanto, sabia que estava distante de casa, mas acolhido. Talvez, este seja o símbolo maior de afeto aquilo que se acredita, fazendo o melhor sempre. Era a pitada final para incrementar o tempero da conquista. Conectei a sapatilha na neguinha, respirei fundo e o último trecho em declive aguardava. Olhei para trás. Nenhum barulho, nem movimento de veículos ou caminhões. Ajeitei as marchas e parti sem delongas. Mais alguns minutos estava diante de outra placa. Essa era aguardada há tempos informando BR 476 a poucos metros. Puxei as lembranças da memória e segui o caminho percorrido de pedais passados. Lá estava nas cercanias da Lapa novamente e, depois das cinco da tarde daquele domingo nublado, conquistava o desafio BRM 200 km Lapa/Vila Velha. José! E, os outros Resistentes? Calma voz interna, muita calma nessa hora. Bom, o Anderson Oliveira faz parte agora da organização do Clube Audax CWB, dessa maneira desejamos sucesso e muita, mas muita sabedoria nas decisões perante essa nova etapa. Isaías Domingues o “The Flash” participou do BRM 200 km Curitiba/Vila Velha. Contudo, dias depois testou positivo para Covid-19 impossibilitando participar do desafio da Lapa. Assim, desejamos recuperação plena ao amigo. Só isso José!Oras voz interna. Você quer mais o quê? Você está com os dedos enferrujados mesmo, hein (risos).
Bom, pessoal ,segue o agradecimento ao Presidente Dilamar Lewiski e demais organizadores do Clube Randonneurs Lapa pela acolhida. Deus primeiramente,família e aos nossos Patrocinadores e apoiadores:

Sergio Ricardo Reis da www.tecnocicles.com.br
Cicero Brito da Virtus Cycle Sport uniformes ciclismo
Cleidson Mendes dos Santos Copenhague Esquadrias de Alumínio.
Mazé Fontoura da Alpha Dog Clínica Veterinária.
Vaaaaaaaaaleu até a próxima!!!
Créditos das fotos: Dilamar Lewiski e Wanderlei Alves.

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