BRM 400 KM Imbituva/PR
Hoje sucedeu o desafio BRM 400 km
com saída e chegada ao município da Lapa. O trajeto exposto aos amantes da
longa distância percorreu as cidades: Porto Amazonas, Palmeira, Irati,
Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Prudentópolis, Guamiranga e Imbituva. Até
então, na minha existência, pensei ou sonhei pedalar por essas bandas. Sempre
passei nessas cidades porque era caminho a outras mais distantes e, a noção que
temos dentro do carro jamais se compara a bicicleta. Bom, o pessoal que
organiza os BRMs da Lapa é famoso na escolha dos caminhos com alto grau de
elevação e condições mínimas de apoio (alimentação, hidratação etc). Dessa
maneira o ciclista deve ser preciso nas decisões pra não quebrar no caminho. Hoje
não foi diferente e, perante a condição optei em levar uma bolsa maior que pode
ser adaptada ao guidão. Os primeiros quilômetros foram tranquilos, mas conforme
a distância aumentava a cobrança da deliberação foi aplicada severamente e
rapidamente e o peso da dita bolsa virou toneladas nas subidas.
– Que dureza! Em alguns momentos pensei em jogá-la fora. Por outro lado, tinha a certeza que
em algum momento a bolsa iria valer o tamanho esforço.
– Exatamente! Beirando
os 366 km e próximo ao pedágio de Palmeira as forças sumiram. Pouquíssimos
quilômetros pra fechar e o fantasma da desistência bateu forte ma mente.
–
Cacete, e agora? Foi essa fala que grudou dentro da minha alma e abalou o
espírito guerreiro. Então, olhei para bolsa. Lá estava o líquido precioso para
recompor as forças e fechei o BRM 400 Km que, na minha opinião é um dos mais
difíceis do calendário nacional. Tanto é que o número de inscritos não passou
de treze e ali estavam presentes diversos amigos e ciclistas reconhecidos no
circuito pelos feitos heroicos.
No
entanto, antes de fechar esse texto, fico muito feliz por todos os amigos
presentes hoje superarem o desafio. Também Deus em primeiro lugar e a família
apoiando mesmo que distante. Agradeço igualmente aos caminhoneiros que passaram
as centenas do meu lado e nas terceiras faixas sinalizavam e me ultrapassavam
dando aquela buzinada de apoio. Tenho em mente que o ciclismo de longa
distância ganha muito com isso, pois a péssima condição das rodovias afeta a
todos. Não deixando de enfatizar a hospitalidade dos moradores das cidades por
onde passei e tomei meu veneno predileto (risos). Todos sem exceção me
abraçaram e parabenizaram pela coragem. Enfim, ciclismo de longa distância é a
descoberta da superação sempre e, a realidade de que a vida nas estradas é
dura, desconfortável e solitária.
Vaaaaleu tchusma!!!
Obs. - créditos imagem Wanderley Alves.
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