ELEFANTE MATRICIAL


Ufa! Parece que novos ares e novos tempos percorrem a recepção do pronto socorro. Um gigante barulhento e obsoleto não é mais notado e, como era percebida a sua existência no momento da impressão de etiquetas, ainda mais sem um abafador apropriado incorporado ao equipamento.

É fato que a impressora por longa data persistiu ao processo de transformação. Trocou-se monitores, cpus e o sistema de cadastro modificou-se. Por que não houve a troca perante a ocasião? Uma vez que, o montante de etiquetas malbaratadas era abissal?Os questionamentos podem gerar muitas réplicas e nesta altura dos acontecimentos o importante é comemorar. No entanto, algo na mente resgata a leitura da crônica do Sabino de nome “minha nova namorada”, apenas leitura, já que a finada impressora nunca foi bem quista. O escritor diante da inspiração expressa sua nova aventura amorosa a compor suas obras, conforme o diminuto trecho que resgato a seguir:

“Pois agora aqui estou, pronto a me passar para algo mais sério, iniciar uma nova aventura amorosa.” Era o arquivamento da máquina de escrever, e o surgimento do computador a deslumbrar o escriba. Sei que a comparação é enfadonha, pois uma instituição atilada e voltada a otimizar os processos corporativos do novo século, irá contemplar os resultados alcançados de outra maneira, e os questionamentos acima dessa forma ficam sucumbidos, feito animal de grande porte em extinção. Extinção? Ah, sim! Um vocábulo citado no título fomenta o mote, pois a coqueluche em voga é a tal sustentabilidade. Mas o ambiente do paquiderme é notado em outras paragens?

Concordo, mas o equipamento criou laços, virou quase patrimônio histórico, irritou por longa data e algo deve ser retratado em palavras para constar o registro, pois assim é a história. Ah, pare sujeito... trata-se de uma impressora que agora é substituída, e seu habitat natural agora é arquivo morto. Entenda que tudo é substituível, efêmero e assim caminha o homem moderno com sua pressa. Mas o elefante entra aonde neste chinfrim?

Como é difícil driblar a consciência, mas dou o braço a torcer e digo o seguinte: A batalha por sobrevivência somente é notada conforme o desequilíbrio gerado. O paquiderme segue livre pela savana e mesmo sendo abatido sem controle, por deter o marfim precioso, até segunda ordem continuará presente por lá! Até que a selva capitalista consiga elaborar uma forma de apropriar-se de mais esta fatia de inocência, transformando e arquivando sua existência sem registro, ponto final

JRA(o poeta da verdade)


“O que mais pesa em cima de um travesseiro é a consciência.” (Leon Eliachar).

Comentários

  1. Gostei muito da lembrança de Sabino e esse texto virou prova dos meus alunos. Acho que é de lá que veio essa lembrança, porque me lembro de tê-la mostrado pra você.
    Muito boa sua reflexão... Foi pro Twitter esse post!
    Um super feliz aniversário!

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  2. Um texto divertido, espirituoso!Muito bom!As crônicas são mesmo fotografias de época!

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