Lúcio Flávio , O passageiro da agonia



O ano 1975! A idade quatro anos! A caminhar pela liberdade de uma criança que brincava sem parar e tão pouco a notar o tempo passar. Pelo menos era assim naquele tempo. O Brasil dos anos 70 a memória pouco consegue recuperar e no final desta década apreciava na tela do televisor preto e branco um filme marcante. Ocorria a precoce condição para ter o alcance de uma analise daquele momento, mas a violência descrita nas imagens carrega se nos dias atuais. Hoje na pesquisa do virtual encontrei esta preciosidade e após assistir novamente em meu PC, o filme de época, notei alguns trechos que pouco mudaram de lá pra cá. O primeiro a tão almejada segurança e o segundo a força da imagem. Vivo intensamente a violência urbana diante da ocupação e após assistir a difusão dos fatos diante da “imagem” entendo o que é agonia. Quem seria capaz de dar credito ao mal feitor? Ninguém! E não tiro a razão, pois o dizer – bandido bom é bandido morto – traz o silencio precioso para apagar a memória dos fatos. Novamente a madrugada sangrenta trouxe o próximo da vez até o ambiente da dor. Passava das 3hs da madrugada do novo dia ainda escuro e a vitima da violência chegava ofegante e quase sem vida após sentir os 7 projeteis perfurarem e alguns transfixarem seu corpo – como se fosse gelatina – e o motivo? Talvez a imagem mostre amanhã qualquer motivo ou qualquer acerto ou até mesmo projeteis perdidos insanamente a procurar a derradeira barreira e assim se alojar. Todos que convivem com a violência de perto são passageiros da agonia e quando o toque de recolher é dado! É bom você seguir a ordem, pois os cães vigilantes da farda são treinados para ação e execução, pois bandido bom é bandido... Mas como identificar o meliante? A imagem ensina isto? Não! E sabe por quê? ...ontem a violência marcou, hoje estou a repousar e amanhã quem sabe, tudo mude para encontrar a maneira certa do cessar fogo iminente porque a noite pode ser do lobo, mas há muita gente de bem a seguir as 24hrs longe de seu lar a zelar, prevenir e auxiliar...


Comentários

  1. Olá, JR, estive ausente por uns dias...rs
    Este texto, bem como sua poesia 'AGONIA", nos faz sair em busca de reflexões, sobre a verdadeira e real liberdade, o que é liberdade?Onde começa e termina o nosso direito de sermos livres?...eu fiz uma adaptação do poema ESTATUTO DO HOMEM DE Pablo Neruda, ele foi publicado em um jornal de grande circulação aqui entre os espíritas,jornal (A NOVA ERA,editado salvo engano em 2002,pelo hospital Alan Kardec,onde eu fiz parte de um grupo de estudos,voltado para a familia)a adaptação foi voltada para a criança, não só o menor infrator, mas toda criança,a familia,ressaltando sobre esta liberdade,principalmente sob as grades residenciais em que vivemos nos dias atuais, precisamos conscientizar e "brigar" com os governantes,e os setores voltados para o trabalho social,de que, se queremos um Brasil melhor, mais tranquilo, é necessário que se trabalhe a base familiar, não só o "De menor",mas também a família. Uma familia bem estruturada, amorosa,uma mãe e pai presentes não perdem seus filhos para a marginalidade, para os vícios,familia estruturada, nos dimensiona a real liberdade,a liberdade com respeito,não libertinagem, que é apenas um "grito de guerra por ideais",não que seja menos importante,mas aprendemos com a liberdade sadia, ponderada, respeitosa,a equilibrar a vida,a esperar o momento e a forma certa de agir,pais presentes,familia presente, não quer dizer ficar 48hs ao lado de alguém ou alguma coisa, mas quando presente, dar a atenção devida, para aquele ser que está brotando para a vida, e que necessita do sol, da luminosidade,para florescer, e o sol nada mais é que o amor de pai e mãe, marido e mulher, irmão e irmã,não precisa muito, uma dose de carinho, afeto e atenção, o mais,a própria sociedade ensina e proporciona...um forte abraço, lhe dou o cognome "Poeta altruista" :))

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