DUAS RODAS
Hoje sucedeu, na Câmara Municipal
de Curitiba, Audiência Pública referente à “Segurança de Ciclistas nas Rodovias”.
O tema é denso, macro e envolve diversas nuanças da sociedade. Todavia, já
estava mais do que na hora de abordar e balizar o primeiro passo e, o vereador
Jorge Brandt (o Goura) deu a primeira pedalada para firmar esperanças e
mudanças. Vale destacar a presença do Presidente da Federação Paranaense de
Ciclismo, Eduardo Pereira, Luiz Iran Guimarães da Federação Paranaense de Triathlon,
representantes do DETRAN/PR, PRF e demais entidades preocupadas com as políticas
de mobilidade. Também nosso time de primeira: Cícero Brito, Lúcio Lima e Fábio
Scuiciatto representando o Clube Audax Curitiba. Após as apresentações de praxe
foi aberta ao público a palavra e pude notar a preocupação crescente dos
presentes em relação à prática do ciclismo em rodovias. Contudo, além das estatísticas
alarmantes informando os acidentes envolvendo ciclistas, ficou bem clara a
grande procura da população pela bicicleta. Esses itens não foram abordados,
mas é notório e, no meu entendimento, esse mercado em evidência deveria ser
exposto com mais ênfase. Digo por que as condições das rodovias pouco irão
mudar nas próximas décadas e o que ocorre, tanto na parte do ciclismo e em
outros meios de locomoção é uma evolução vertiginosa e assim, o planejamento de
novas infraestruturas não conseguem seguir no mesmo ritmo.
Dessa maneira, o
cenário que se apresenta é o condutor como principal vilão e antagonista das
tragédias. Mas, pergunto então: Eu, ciclista, estou fazendo a minha parte?
Estou praticando o esporte para adquirir alta performance e zelando pelo bem
estar de todos os agentes envolvidos? Essas questões me acompanham nos finais
de semana que levanto às 4h30min e sigo meu trajeto de treino. Após adentrar no
ambiente movimentado logo me deparo com um companheiro de duas rodas no vácuo
de um caminhão. Paro e balanço a cabeça em discordância tentando entender onde
está o ganho de performance naquele momento. Mais a frente o primeiro pelote me
alcança e passa velozmente do meu lado. A visão que tenho é duplas e mais
duplas saindo do acostamento ou do bordo da pista disputando uma prova que só
existe na ideia do indivíduo. Minha mente me perturba e questiona: que troféu
medonho é esse, disputado em rodovia com trânsito intenso de automóveis e caminhões?
Por fim, ao término de mais um treino agradeço a Deus por retornar em segurança,
pois sou amante do ciclismo e apaixonado pela longa distância. Contudo, cada um
é dono das suas decisões na estrada e o resultado muitas vezes não demora muito
a chegar...
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