AMERICANO
Quinta-feira de muito calor e o pulsar nunca empaca na condição da trégua necessária. A noite de trabalho no ambiente da dor é assim. E ante os dramas urbanos vale lembrar que na prenuncia dos ponteiros do analógico da recepção, é no momento da zero hora, ou seja, o divisor de um novo dia que a força da violência está presente. Mas não! Desta vez os ponteiros da bestialidade se adiantaram e a chacina estava em andamento. Um a um os corpos se aglomeravam na sala de emergência e o motivo se chama “a lei do mais forte”.
Toda noite é o ritual do FAF a rigor. Mas nas noites que a lua cresce sua fase a se aproximar da cheia este processo é mais claro. Bom, vamos recuar um ponto no tempo. Acordei no habitual das dez da manhã e os compromissos bancários não esperam nunca. Desta maneira peguei o cartão magnético – sair com dinheiro na mão é pedir pra levar chumbo – e no amontoado de faturas que carregava aos poucos via o volume diminuir por cada trecho da desova do capital suado de cada dia. Pelo menos esta é a rotina enfrentada sempre no quinto dia útil de cada mês.
O sol a aquecer se aproximava do meio-dia e o marcador digital de temperatura da Praça Tiradentes apontava 36 graus.Neste trecho a fome assolava e na porta de entrada de um dos bancos que aguardava uma fatia do bolo capital, lá se encontrava uma mulher a pedir:
– Hei moço! Arruma-me 15 centavos na saída! Não portava dinheiro algum em espécie, mas sim o cartão eletrônico e no atropelo a seguir e enfrentar a fila padrão da instituição, falei rapidamente.
– Ta bom. Subi as escadas – lógico depois de superar a porta magnética – e como sempre vou liso, leve e solto com meus chinelos para não ter problemas com o detector de metais. A fila tava grande e a espera seria o primeiro drama a superar antes da obrigação com o batente. Fila de banco – alem da sua impaciência em ficar em pé – é notado os tipos mais estranhos possíveis e assim um individuo subia e em tom alto e claro esbravejava no celular em relação a rotinas financeiras e administrativas , como se fosse algo a determinar a sua importância no meio de pessoas estarrecidas com a fila. E o individuo continuou. Terminado o show do tipo uma mulher ao lado ficara e no questionamento do tal escutou o que devia.
– Minha senhora está na fila? A mulher na lata determinou a fala de muitos.
– O senhor berrando no meu ouvido, não há como!
– Sim estou na fila!
Valeu o dia a espantar o fulano e sem jeito ao atender novamente o celular se retirou de mansinho. Como estava na frente da mulher quase sobrou pra mim, mas com um pouco de jogo de cintura escutei e concordei.
– Ninguém fala nada!
– O homem a berrar no meu ouvido é pior que esta fila!
Conversamos depois do ato e a simpatia da mulher se fez presente e quando me dei conta chegou minha vez. Paguei, desci e na saída do banco não recordava mais da mulher pedinte, mas logo abaixo via uma viatura da militar a abordá-la. Logo matutei:
– A mulher estava apenas na frente do banco a pedir!
– Imagina se estivesse dentro!
Bom, passado mais este tópico de uma cidade que não pára nunca e dita à lei do mais forte, fui até o bar do triangulo sanar a dor no meu estomago reclamão. O sanduíche prata da casa aguardava-me e sem delongas degustei da maneira que sempre gosto “bem devagar” a apreciar o prato vazio no termino da investida. Que paz se propagou e com as energias restabelecidas a noitada era esperada. Passei novamente na praça e a notar o digital – alem do horário – via a temperatura a despencar um grau, ou seja, fazia 35 graus.
Não colaborou muito e o calor firme, forte e rígido tirava gota a gota do corpo cansado. Uma nuvem passageira acompanhou o processo rapidamente dos passos a cruzar a praça e na frente da catedral metropolitana o sinal de respeito era feito. Embarquei no coletivo e após chegar ao lar, fui à escola buscar minha cria. Lá a situação anda complicada também. É a difícil adaptação da adolescência e impera a lei do mais forte. Os reclames do meu guri são diários, mas como a instituição interage ante os fatos?
Salvem-se quem puder, pois a escola faz sua parte e o respeito deve vir do teto do precoce homem que dia a dia se enquadra nas estatísticas da violência. Voltamos rapidamente e conectado na minha magra – bicicleta – o ganha-pão se atomizava a cada quilometro vencido na pedalada. O sol se recolhia aos poucos, mas o calor não e com o uniforme novo – um colete e uma calça social – mais parecia o garçom simpático do bar do triangulo. E no motejo da turma lá ia a desfilar pelos corredores da dor.
Neste instante o soldado militar de plantão copiava do radio comunicador o andamento do tiroteio. Na frenagem do primeiro camburão ao sair para coletar os dados avistava ao alto o olhar apreensivo da lua em sua fase crescente. Três meliantes chegavam ante a primeira investida. O horário de momento dez da noite e na virada dos ponteiros o novo dia proclamava que o olhar da lua tinha uma razão para a situação. Mais três meliantes chegaram e a lei do mais forte julgou a necessidade do respeito.
Os comentários traziam a rivalidade de dois grupos para ditar o comando da área e doze homens fortemente armados peitaram a militar e somente com apoio conseguiram sucesso na operação. O corre-corre seguiu a noite e nos primeiros passos que a madrugada se despedia a lua do olhar nervoso se despedia. O sol escondido pelos prédios pouco a pouco reinava no alto e a chegada ao lar era necessária.
Neste baque do cansaço do corpo a fome apertava a necessidade. Lembrei que tinha que fazer mais alguns pagamentos, mas a condição de saborear o sanduíche americano não é sempre que se pode e por fim a lei do mais forte se fez presente na falta de capital neste chinfrim urbano que passa vários trechos de dor, descaso e revolta...
Toda noite é o ritual do FAF a rigor. Mas nas noites que a lua cresce sua fase a se aproximar da cheia este processo é mais claro. Bom, vamos recuar um ponto no tempo. Acordei no habitual das dez da manhã e os compromissos bancários não esperam nunca. Desta maneira peguei o cartão magnético – sair com dinheiro na mão é pedir pra levar chumbo – e no amontoado de faturas que carregava aos poucos via o volume diminuir por cada trecho da desova do capital suado de cada dia. Pelo menos esta é a rotina enfrentada sempre no quinto dia útil de cada mês.
O sol a aquecer se aproximava do meio-dia e o marcador digital de temperatura da Praça Tiradentes apontava 36 graus.Neste trecho a fome assolava e na porta de entrada de um dos bancos que aguardava uma fatia do bolo capital, lá se encontrava uma mulher a pedir:
– Hei moço! Arruma-me 15 centavos na saída! Não portava dinheiro algum em espécie, mas sim o cartão eletrônico e no atropelo a seguir e enfrentar a fila padrão da instituição, falei rapidamente.
– Ta bom. Subi as escadas – lógico depois de superar a porta magnética – e como sempre vou liso, leve e solto com meus chinelos para não ter problemas com o detector de metais. A fila tava grande e a espera seria o primeiro drama a superar antes da obrigação com o batente. Fila de banco – alem da sua impaciência em ficar em pé – é notado os tipos mais estranhos possíveis e assim um individuo subia e em tom alto e claro esbravejava no celular em relação a rotinas financeiras e administrativas , como se fosse algo a determinar a sua importância no meio de pessoas estarrecidas com a fila. E o individuo continuou. Terminado o show do tipo uma mulher ao lado ficara e no questionamento do tal escutou o que devia.
– Minha senhora está na fila? A mulher na lata determinou a fala de muitos.
– O senhor berrando no meu ouvido, não há como!
– Sim estou na fila!
Valeu o dia a espantar o fulano e sem jeito ao atender novamente o celular se retirou de mansinho. Como estava na frente da mulher quase sobrou pra mim, mas com um pouco de jogo de cintura escutei e concordei.
– Ninguém fala nada!
– O homem a berrar no meu ouvido é pior que esta fila!
Conversamos depois do ato e a simpatia da mulher se fez presente e quando me dei conta chegou minha vez. Paguei, desci e na saída do banco não recordava mais da mulher pedinte, mas logo abaixo via uma viatura da militar a abordá-la. Logo matutei:
– A mulher estava apenas na frente do banco a pedir!
– Imagina se estivesse dentro!
Bom, passado mais este tópico de uma cidade que não pára nunca e dita à lei do mais forte, fui até o bar do triangulo sanar a dor no meu estomago reclamão. O sanduíche prata da casa aguardava-me e sem delongas degustei da maneira que sempre gosto “bem devagar” a apreciar o prato vazio no termino da investida. Que paz se propagou e com as energias restabelecidas a noitada era esperada. Passei novamente na praça e a notar o digital – alem do horário – via a temperatura a despencar um grau, ou seja, fazia 35 graus.
Não colaborou muito e o calor firme, forte e rígido tirava gota a gota do corpo cansado. Uma nuvem passageira acompanhou o processo rapidamente dos passos a cruzar a praça e na frente da catedral metropolitana o sinal de respeito era feito. Embarquei no coletivo e após chegar ao lar, fui à escola buscar minha cria. Lá a situação anda complicada também. É a difícil adaptação da adolescência e impera a lei do mais forte. Os reclames do meu guri são diários, mas como a instituição interage ante os fatos?
Salvem-se quem puder, pois a escola faz sua parte e o respeito deve vir do teto do precoce homem que dia a dia se enquadra nas estatísticas da violência. Voltamos rapidamente e conectado na minha magra – bicicleta – o ganha-pão se atomizava a cada quilometro vencido na pedalada. O sol se recolhia aos poucos, mas o calor não e com o uniforme novo – um colete e uma calça social – mais parecia o garçom simpático do bar do triangulo. E no motejo da turma lá ia a desfilar pelos corredores da dor.
Neste instante o soldado militar de plantão copiava do radio comunicador o andamento do tiroteio. Na frenagem do primeiro camburão ao sair para coletar os dados avistava ao alto o olhar apreensivo da lua em sua fase crescente. Três meliantes chegavam ante a primeira investida. O horário de momento dez da noite e na virada dos ponteiros o novo dia proclamava que o olhar da lua tinha uma razão para a situação. Mais três meliantes chegaram e a lei do mais forte julgou a necessidade do respeito.
Os comentários traziam a rivalidade de dois grupos para ditar o comando da área e doze homens fortemente armados peitaram a militar e somente com apoio conseguiram sucesso na operação. O corre-corre seguiu a noite e nos primeiros passos que a madrugada se despedia a lua do olhar nervoso se despedia. O sol escondido pelos prédios pouco a pouco reinava no alto e a chegada ao lar era necessária.
Neste baque do cansaço do corpo a fome apertava a necessidade. Lembrei que tinha que fazer mais alguns pagamentos, mas a condição de saborear o sanduíche americano não é sempre que se pode e por fim a lei do mais forte se fez presente na falta de capital neste chinfrim urbano que passa vários trechos de dor, descaso e revolta...
o que é sanduíche americano? misto quente?
ResponderExcluirow, aprende a usar internet banking, p**ra! ou então pague as contas na lotérica, no super, na drogaria!... aqui pode-se pagar em qlqr um desses lugares qlqr conta, desde q não esteja vencida.
esse post de hoje foi mto reclamão: é a fila do banco, é o calor, é o guri... prefiro qdo vc fala de coisas bonitas!
bj