O BAR DO BILO 2º MOMENTO – ROLMOPS DE GURI é sacanagem
Segunda-feira da braba, pois a pós domingueira de plantão já anunciava que a chegada até o bar do Bilo para o talagaço precioso do começo de feira não seria fácil, pois o domingo é o primeiro dia da semana, mas não conta por ser de descanso, coisa de alguns brasileiros. Pois no ambiente da dor, domingo de descanso só se for greve.
Bom, retomando. Já é sabido que as segundonas, ou seja, segundonas das feiras da semana e nada mais, pra não dar chance aos zoiúdos de plantão azarar ainda mais o meu furacão depois do clássico poderoso de fim de semana no território do arqui-rival coxinha branca topetudo.
E por sorte um ou outro torcedor chegou quebrado para atendimento no ambiente do descaso, mas enfim foi até tranqüilo demais o agito do 1x1 do jogo de compadre e para ajudar o sossego da noite o meu nobre amigo Pacheco tava de folga. Alias folga não, o traia está fechado para balanço, ou seja, ta de férias o largo. Mas algo me martelava insistentemente a cachola por saber que talagaço bom no bar do bilo é só com o mar dito Pacheco e trinta dias sem meu companheiro as segundonas não seriam as mesmas.
Bom o jeito foi apelar pro modesto amigo e também atleticano sangue bom e apaixonado por futebol, o nobre Péricles e após a refeição da noite fui intimar o camarada pra bater cartão no bar do Bilo e colocar em dia os assuntos do pós clássico. Por saber que nestes momentos é melhor um amigo de camisa, do que um amigo de gole. E assim fechei o combinado com o Péricles e aticei ainda mais o encontro, pois o bilo sempre prepara um rolmops de primeira na ultima segunda-feira de cada mês.
Pra turma que acompanha a leitura não vou entrar em detalhes por menores que sejam pra explicar o que é “rolmops”, porque botequeiro bom é botequeiro das antigas e assim sigamos o texto. Mas nem imaginava que aquela segunda-feira seria pura sacanagem de guri e no termino da peleja com o compromisso de trabalho se bandeamos pro bar do bilo no possante gol do Péricles, lógico sem interesse. Papo de lá, papo de cá e logo matutei ao ver a porta do bar fechada.
– Ih parece que os meliantes bateram cartão novamente no bar do bilo e desta vez pegaram-no como refém! Delírio da cachola anestesiada pelo sono a esperar o gole precioso da caninha Trevisan prata da casa e mais o rolmops super especial da ultima segunda do mês, mas algo me dizia que aquela porta fechada não era bom sinal. O Péricles não se agüentou e logo detonou.
– Pô Zé, porta fechada não é bom sinal vamos embora e deixa pra outra hora!
Ah pra que o camarada falou aquilo, uma vez que na minha idéia não perdia a viagem de maneira alguma, nem que fosse pra esperar a manhã inteira em frente ao bar. Então resolvi dar uma batida.
– Calma! Muita calma nesta hora já vai abrir seus cozidos!
Fiquei espantado, pois a voz não era do bilo. Quem seria? Questionei atoa por saber que o guri do bilo tocava o bar na falta do pai, mas mesmo assim fiquei preocupado.
– Cadê o bilo? Perguntei e o sujeito logo falou.
– O pai hoje vai pagar todos os pecados cometidos, pois foi fazer um tal de exame de próstata e saiu puto da vida me tirando cedo da cama pra comandar a joça .
Eu e o Péricles não nos agüentemos e rimos meio sem jeito pro pirralho não ficar puto com a gente também, pois o traia era coxinha. Então pensei em silencio.
– Coitado do bilo! Alem de o filho ser coxinha topetudo, ainda vai pro dedo do corvo do medico e tomara que o exame não seja no posto de saúde do Genésio , senão ele vai ficar uma semana sem sentar o infeliz . Genésio era um medico de mais ou menos uns 2 metros de altura e a mão do homem era gigante. Sem contar que o dedo médio do sujeito, o tal dedo pai-de-todos era algo fora dos padrões.
Mas enfim o bilo tava azarado por demais. O único consolo naquela altura do campeonato foi a suada vitoria do seu time que luta, não pra subir pra elite, mas sim pra ficar na segundona. Mas voltamos ao que interessa e deixa o bilo de lado, pois o assunto dele era com o medico o Dr. Genésio. Aproveitei a deixa e perguntei pro guri do bilo.
– Teu pai foi pra que posto de saúde mesmo? O fedelho respondeu sem demora.
– Pro posto do caju.
Novamente eu e o Péricles não nos agüentemos e pareciam duas putas em dia de pagamento. Mas o nosso ainda estava por vir e depois que adentramos no bar pedi a preciosidade da casa pra esquentar a goela. O piá do bilo já de cara disse que tava em falta a mar dita e a chave do baú onde o bilo guardava a relíquia, tinha levado consigo e somente um vermute ruim que há tempos ninguém arriscava beber estava na prateleira empoeirada esperando o corajoso . Mas como não tinha outro jeito, lá fomos arriscar como palpite de jogo de azar. Um copo todo ensebado pra cada um e somente notei isto depois que o gole amargo azedou a goela, e o estomago e o camarada Péricles alertou.
– Oh Zé, esse cara ta de sacanagem pra cima da gente!
– Nem o copo o sujeito lavou! Pensei em dar um alinho no traia, mas sabia que perderia a amizade com o bilo e só de imaginar isto me segurei.
– Bom! Espero que o rolmops que seu pai prepara esteja impecável!
– Porque este vermute é sacanagem das grandes.
Senti um riso maroto na face do moleque jaguara, mas diante da condição toquemos o bonde. O dito-cujo sumiu pra dentro do bar e depois de uns dez minutos voltou mais assanhado ainda com o pote de vidro cheio de rolmops. O cheiro do vermute era forte por demais e mesmo depois que o guri abriu o vidro, não percebemos que a degustação do aperitivo prata da casa seria uma calamidade publica. Cada um pegou um rolmops estilo botequeiro e mandou vê. Passado isto, começamos a colocar o papo em dia.
– Hei Zé, o traia do juiz apitou só pros coxinhas!
Não deu nem tempo de colaborar com a afirmação do parceiro, e logo os buchos começaram a ser soltos. Percebi que o Péricles estava amarelando e o guri do bilo aos risos logo falou. –
Ih, acho que o pai não teve tempo de preparar uma safra nova e este deve ser do ano passado, pois o vidro tava perto da lixeira, mas como vocês estavam ansiosos para comer, achei que este quebrava o galho!
Conclusão. Voltemos de SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pro ambiente da dor e após um dia inteiro com soro na veia, um olhou pro outro e disse. – Coxinha pilantra! Perco a amizade com o bilo, mas este marrento vai dançar. E assim perdi meu companheiro de plantão a bater cartão no bar do bilo até a volta do Pacheco folgado.
Obs. - estou dando sequência aos meus contos de boteco e aqui deixo o segundo momento do boteco utopico do Bilo. Ja escrevi o terceiro momento também e publicarei na próxima , rsrs esqueci o pen drive em casa rsrs...
Bom, retomando. Já é sabido que as segundonas, ou seja, segundonas das feiras da semana e nada mais, pra não dar chance aos zoiúdos de plantão azarar ainda mais o meu furacão depois do clássico poderoso de fim de semana no território do arqui-rival coxinha branca topetudo.
E por sorte um ou outro torcedor chegou quebrado para atendimento no ambiente do descaso, mas enfim foi até tranqüilo demais o agito do 1x1 do jogo de compadre e para ajudar o sossego da noite o meu nobre amigo Pacheco tava de folga. Alias folga não, o traia está fechado para balanço, ou seja, ta de férias o largo. Mas algo me martelava insistentemente a cachola por saber que talagaço bom no bar do bilo é só com o mar dito Pacheco e trinta dias sem meu companheiro as segundonas não seriam as mesmas.
Bom o jeito foi apelar pro modesto amigo e também atleticano sangue bom e apaixonado por futebol, o nobre Péricles e após a refeição da noite fui intimar o camarada pra bater cartão no bar do Bilo e colocar em dia os assuntos do pós clássico. Por saber que nestes momentos é melhor um amigo de camisa, do que um amigo de gole. E assim fechei o combinado com o Péricles e aticei ainda mais o encontro, pois o bilo sempre prepara um rolmops de primeira na ultima segunda-feira de cada mês.
Pra turma que acompanha a leitura não vou entrar em detalhes por menores que sejam pra explicar o que é “rolmops”, porque botequeiro bom é botequeiro das antigas e assim sigamos o texto. Mas nem imaginava que aquela segunda-feira seria pura sacanagem de guri e no termino da peleja com o compromisso de trabalho se bandeamos pro bar do bilo no possante gol do Péricles, lógico sem interesse. Papo de lá, papo de cá e logo matutei ao ver a porta do bar fechada.
– Ih parece que os meliantes bateram cartão novamente no bar do bilo e desta vez pegaram-no como refém! Delírio da cachola anestesiada pelo sono a esperar o gole precioso da caninha Trevisan prata da casa e mais o rolmops super especial da ultima segunda do mês, mas algo me dizia que aquela porta fechada não era bom sinal. O Péricles não se agüentou e logo detonou.
– Pô Zé, porta fechada não é bom sinal vamos embora e deixa pra outra hora!
Ah pra que o camarada falou aquilo, uma vez que na minha idéia não perdia a viagem de maneira alguma, nem que fosse pra esperar a manhã inteira em frente ao bar. Então resolvi dar uma batida.
– Calma! Muita calma nesta hora já vai abrir seus cozidos!
Fiquei espantado, pois a voz não era do bilo. Quem seria? Questionei atoa por saber que o guri do bilo tocava o bar na falta do pai, mas mesmo assim fiquei preocupado.
– Cadê o bilo? Perguntei e o sujeito logo falou.
– O pai hoje vai pagar todos os pecados cometidos, pois foi fazer um tal de exame de próstata e saiu puto da vida me tirando cedo da cama pra comandar a joça .
Eu e o Péricles não nos agüentemos e rimos meio sem jeito pro pirralho não ficar puto com a gente também, pois o traia era coxinha. Então pensei em silencio.
– Coitado do bilo! Alem de o filho ser coxinha topetudo, ainda vai pro dedo do corvo do medico e tomara que o exame não seja no posto de saúde do Genésio , senão ele vai ficar uma semana sem sentar o infeliz . Genésio era um medico de mais ou menos uns 2 metros de altura e a mão do homem era gigante. Sem contar que o dedo médio do sujeito, o tal dedo pai-de-todos era algo fora dos padrões.
Mas enfim o bilo tava azarado por demais. O único consolo naquela altura do campeonato foi a suada vitoria do seu time que luta, não pra subir pra elite, mas sim pra ficar na segundona. Mas voltamos ao que interessa e deixa o bilo de lado, pois o assunto dele era com o medico o Dr. Genésio. Aproveitei a deixa e perguntei pro guri do bilo.
– Teu pai foi pra que posto de saúde mesmo? O fedelho respondeu sem demora.
– Pro posto do caju.
Novamente eu e o Péricles não nos agüentemos e pareciam duas putas em dia de pagamento. Mas o nosso ainda estava por vir e depois que adentramos no bar pedi a preciosidade da casa pra esquentar a goela. O piá do bilo já de cara disse que tava em falta a mar dita e a chave do baú onde o bilo guardava a relíquia, tinha levado consigo e somente um vermute ruim que há tempos ninguém arriscava beber estava na prateleira empoeirada esperando o corajoso . Mas como não tinha outro jeito, lá fomos arriscar como palpite de jogo de azar. Um copo todo ensebado pra cada um e somente notei isto depois que o gole amargo azedou a goela, e o estomago e o camarada Péricles alertou.
– Oh Zé, esse cara ta de sacanagem pra cima da gente!
– Nem o copo o sujeito lavou! Pensei em dar um alinho no traia, mas sabia que perderia a amizade com o bilo e só de imaginar isto me segurei.
– Bom! Espero que o rolmops que seu pai prepara esteja impecável!
– Porque este vermute é sacanagem das grandes.
Senti um riso maroto na face do moleque jaguara, mas diante da condição toquemos o bonde. O dito-cujo sumiu pra dentro do bar e depois de uns dez minutos voltou mais assanhado ainda com o pote de vidro cheio de rolmops. O cheiro do vermute era forte por demais e mesmo depois que o guri abriu o vidro, não percebemos que a degustação do aperitivo prata da casa seria uma calamidade publica. Cada um pegou um rolmops estilo botequeiro e mandou vê. Passado isto, começamos a colocar o papo em dia.
– Hei Zé, o traia do juiz apitou só pros coxinhas!
Não deu nem tempo de colaborar com a afirmação do parceiro, e logo os buchos começaram a ser soltos. Percebi que o Péricles estava amarelando e o guri do bilo aos risos logo falou. –
Ih, acho que o pai não teve tempo de preparar uma safra nova e este deve ser do ano passado, pois o vidro tava perto da lixeira, mas como vocês estavam ansiosos para comer, achei que este quebrava o galho!
Conclusão. Voltemos de SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pro ambiente da dor e após um dia inteiro com soro na veia, um olhou pro outro e disse. – Coxinha pilantra! Perco a amizade com o bilo, mas este marrento vai dançar. E assim perdi meu companheiro de plantão a bater cartão no bar do bilo até a volta do Pacheco folgado.
Obs. - estou dando sequência aos meus contos de boteco e aqui deixo o segundo momento do boteco utopico do Bilo. Ja escrevi o terceiro momento também e publicarei na próxima , rsrs esqueci o pen drive em casa rsrs...
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